“Graças a Deus!” É o que dizemos quando tudo dá certo. “Puta que pariu!” Por outro lado quando dá errado é a mãe que leva o crédito do infortúnio. Espera aí! Isto não está certo. Quando a vaca vai para o brejo é a vontade Dele também. E por que a puta não pode ter salvado o dia? É ela às vezes que vara a madrugada aguentando bêbados para pôr alguma coisa em casa; mãe solteira, se vira para educar os filhos, quando não é simplesmente uma operária, uma mulher abandonada por um pústula que lhe deixou com uma mão na frente e outra atrás. Assim é muito fácil, quando tudo que há de bom recai sobre você, o resto é que é uma bosta. Somos sempre o incompetente, que precisamos aprender a lição, a gente é que não é bom o suficiente, egoísta, presunçoso, devasso, malandro... Não é o Cara que age às vezes como um estúpido perverso. Que porra de Deus é este? Eis o mito da Virgem. Não. Estou aqui para defender a outra! Como sofremos atrás deste “puro”, desta menina delicada, indefesa, febril, deliciosa, inteira, indefectível, milagrosa, fantástica! Esta mão de Deus, que de repente nos fecha o punho e nos dá uma banana. O mundo é injusto. Se tem alguém que nos olha, seus propósitos são outros. Ou o mau realmente venceu.
Número de páginas | 124 |
Edição | 1 (2021) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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