“Areia”... O que seria o “Farfalhar ético das borboletas”? Neste verso esta frase é destas construções que a gente faz e não entende, lê e finge que não vê, que no escuro da alma, o poeta simplesmente consente, pensa consigo: “deixa isto aí...” São concessões necessárias, mas via de regra, perigosas, em excesso aparentam como desleixo. Algo talvez como o inacabado do Rodin, que pode ter o charme de um contraste, ou mesmo, nos lembrar de certo imperfeito, que mesmo no Moisés de Miguel Ângelo, surge na estirpe inanimada da substância da estátua. Também as palavras não dizem nada, o sujeito é que do seu delírio ouve o que quer, ali do seu hiato de pedra a pedra, esta branca areia! Areia de Porto Seguro, areia que devidamente transformada se produziu as lentes... A fotografia, o cinema, o investimento em uma expressão mais dinâmica, tecnológica... Talvez a graça da manipulação de brinquedos, o mágico efeito... Enquadramentos, close-up... Flores, paisagens, viagens... O namoro e sua inquietação, o desejo de mais e mais... E pouco dinheiro... Por fim, areia para construção, o casamento e uma vida nova. Areia vai e volta... “Ceder um passo para que entrem com a carreta: um grão da ampulheta!”
Os livros de Ata do 2 ao 4, de 1998 a 2004, “Areia” surge quase em “Brancas nuvens”(outro poema deste livro). Oscila pouco, mas não diz muito. Têm as suas pérolas, pequenas traições talvez... Mas como o endereço estava tão bem definido e acessível, as melhores palavras foram ditas diretamente aos ouvidos. Fantasias, e elas foram muitas, não foram articuladas em frases, mas em lençóis alvejados de moteizinhos baratos, ou na minha pobre, mas profética cama de solteiro. Profética...
Número de páginas | 434 |
Edição | 1 (2013) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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