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Marco Antonio Sabará

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Sobre o autor

Nasci em dezembro, na manhã de um dia dez. Corria o ano de mil e novecentos e setenta e um na pacata cidade de Congonhas, Minas Gerais.
Em meio ao anfiteatro barroco, a vida seguia... Do alto do cinturão de montanhas, os anjos e a natureza observavam os seres no fundo do vale - que olhavam contritos para o Santuário no alto do monte, enquanto o tempo fluía, serpenteando o Rio Maranhão...
Fui uma criança comum, tal qual os outros meninos do meu tempo, jogando bola nas margens do Rio Santo Antônio, brincando de pique na Rua Manganês, subindo e descendo na ameixeira no quintal de casa para provar da fruta no pé: indo e vindo com liberdade pelas ruas de minha cidade.
Fui aluno de escola pública (ah, as minhas queridas Escola Estadual Barão de Congonhas e Escola Estadual Lamartine de Freitas!). Graduei-me em Engenharia Industrial Mecânica pela Universidade Federal de São João Del Rei – UFSJ (à época Funrei) e, ato contínuo, licenciei-me nas disciplinas técnicas da Educação Profissional de Nível Técnico pela UTRAMIG.
Ainda criança, plantei minha primeira árvore: um lindo ipê amarelo, que desafortunadamente já não existe mais, pois cedeu seu lugar para uma residência...
Iniciei minha carreira profissional aos quatorze anos, como aprendiz na agência do Banco do Brasil de minha cidade. Fui comerciário, auxiliar de biblioteca, professor, coordenador técnico na Educação Profissionalizante, além de atuar como Engenheiro Mecânico em uma revenda de um grande fabricante mundial de máquinas, motores e veículos pesados.
Há quase dezessete anos casei-me com a minha Musa Quadrática (posto que é musa ao quadrado, musa das musas, inspiração dos meus melhores versos). E tal qual a função que leva o nome do título que lhe atribuí, ela me lembra que a vida ora flui crescente, ora decrescente, com seu ponto de inflexão e suas raízes – mas sempre apontando para um ponto: o foco, que jamais podemos perder... Por isto tudo, ela é co-autora da minha obra-prima em dois volumes: meu querido Caio Vinícius, espelho do menino que fui um dia, e minha doce Camila, em cujos olhos de verde e cristalina água navega a paz que anseio...
Escrevi meus primeiros versos ainda na adolescência, ora em períodos de febril efervescência, ora em longas e refletidas pausas. Mas os guardava para mim, revelando-os apenas para umas poucas e raras pessoas.
Por fim, os ânimos do lobo solitário começaram a arrefecer e resolvi trazer a público um pouco do que vivi, do que senti, do que fui e continuo sendo... Tenho a alma barroca, adestrada nos caminhos de pedra de minha Congonhas – que pulsa arte enquanto faz emergir do seio do solo a matéria-prima do mais puro aço, eterna contradição entre o frágil e o forte... Fluo nas idas e vindas das silhuetas dos profetas do Aleijadinho, na magistral teatralidade das esculturas de cedro nos Passos da Paixão... Consolidei minha alma nas vigílias solitárias das tardes de segunda-feira na cativante singeleza da Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Conheci o Brasil inteiro nos sotaques distintos que ouvi em meus inúmeros jubileus do Senhor Bom Jesus de Matosinhos e uma boa parte do mundo na fisionomia encantada dos turistas que se admiravam com o patrimônio artístico de minha terra, reconhecida pela UNESCO como patrimônio cultural da humanidade.
Então, que se abram as cortinas e o espetáculo lhes seja leve. Espero que apreciem o humilde espetáculo de minha alma poética.
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R Resplendor, 162

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