NOTA DO EDITOR
A obra que ora ponho em tuas mãos, meu caro leitor e amante de Vinicius de Moraes e de tantos poetas bons que aqui estão, é algo infalivelmente transformador.
Quando nos encontramos diante da beleza e da grandeza de uma alma como a de Vinicius, não raro não sabemos bem o que dizer. Então foi assim que nasceu, do espanto de todos nós, a poesia que aqui se encontra, poesia forjada de várias maneiras e formas, poemas, sonetos, crônicas e artigos, poesia esta produzida para elogiar e homenagear nosso poeta carioca, universalmente conhecido e amado.
Foi me concedida, no entanto, a ideia luminosa, como um reflexo celeste e brilhante da mente do maestro Tom Jobim, que o chamou carinhosamente de POETINHA, a fim de editar e conceber trabalho tão digno de honra, pelo valor que representam, tanto o poeta em pauta quanto todos que junto a mim se apresentaram, com um espírito também iluminado e generoso, para que fosse possível tão grande utopia, algo até então inimaginável, um livro com mais de 20 poetas, que dedicaram tempo e parte do seu sossego criativo, a fim de criar obras inestimáveis para compor este belo e incomparável livro. Não tenho dúvida de que este livro será também eternizado, junto à lápide de cristal do maior poeta lírico que a poesia já produziu.
Agradeço a honra a mim oferecida, pelos amigos, poetas escolhidos, sob o critério da relevância, concernente a este projeto de inigualável valor cultural para a poesia e a literatura brasileira.
Evan do Carmo, 16/07/2018
OLHOS DE RESSACA
Devia se chamar Luíza
assim, com L maiúsculo
ludicamente embriagada
como a musa de Tom Jobim!
A musa do pobre não se chama Luíza
talvez seja Rute da Penha ou Rita da Rocinha
o poeta tem lá seus modos incomuns,
da pedra bruta faz sua gema rosa, do carvão vulgar
seu diamante azul anil, de cintilantes cores.
Foi assim que surgiu a musa marginal
do poeta urbano, do poeta bêbado,
do poeta insano.
A musa de olhos negros, grandes,
Olhos de Ressaca, surrealistas
Machadianos.
Devia se chamar Luíza
assim, com L maiúsculo
ludicamente embriagada
como a musa de Tom Jobim!
Minha musa não tem nome nem rosto
pois se nome tivesse, como saberia?
O poeta é quem sonha, quem delira
quem canta ao desconhecido enigma
que incredulamente e inconstante
lhe obriga a escrever o que não poderia.
Evan do Carmo
SONETO DO AMOR IMPROVÁVEL
Quando menos se esperava fez-se o riso
do silêncio e da inércia aplauso e canto
e da boca outrora muda em desencanto
um aceno e um convite ao paraíso.
Quem vivia há tempo em desespero
tendo olhos marejados de suplício
castigado com a dor do amor efêmero
incontente, amargurado, entregue ao vício.
Improvável, não mais que improvável
Fez-se alegre e doce, amigo e confidente
de solitário e esquecido, agora amável.
A esperança renasceu sem medo
da insegurança se revelou o segredo
que do amor se espera o improvável.
Evan do Carmo
ISBN | 978-85-924884-2-0 |
Número de páginas | 157 |
Edição | 1 (2018) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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