Prefácio
Escrever o prefácio deste livro não é uma tarefa simples, considerando a profundidade e a beleza filosófica que Evan nos apresenta, com uma vontade quase incontrolável de explorar o conhecimento. Ele é um dos poucos seres humanos que conheço que não teme expressar o que pensa, nem se esquiva de questionar a realidade em busca de lógica, razão e verdade. Sua sede de conhecimento é contagiante e inspiradora para qualquer professor de filosofia. Tê-lo como aluno foi, sem dúvida, um presente inesperado e enriquecedor.
O aluno partiu, mas ficou o amigo, eternamente ávido por entender a si mesmo, o mundo, e seu lugar nele. Em sua tentativa de ser a “soma de todos os que viveram antes de mim”, ele não se torna presunçoso, pois essa busca incessante é, de fato, parte da essência humana. A necessidade de entender o mundo e justificar a própria existência é uma constante, e Evan nos leva nessa jornada com intensidade.
O conhecimento, como uma investigação sobre o verdadeiro, é um processo ativo entre o sujeito e o objeto. Sem essa interação, não há conhecimento, e Evan nos faz refletir profundamente sobre essa relação. Ele nos provoca a pensar sobre as questões que muitos de nós compreendem, mas não conseguem articular. Nos faz lembrar que, como seres pensantes, temos a responsabilidade de repensar o mundo que habitamos e nosso papel nele. Ele nos instiga a enfrentar o óbvio, a questionar o que parece incontestável, e a perceber a complexidade da condição humana.
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### O Homem, Senhor de Si Mesmo
O ser humano é, de fato, uma criatura paradoxal. Aquilo que acreditamos ser nossa superioridade sobre os outros seres vivos é, muitas vezes, o que revela nossa imperfeição e fragilidade. Os animais, guiados por instintos e sem a consciência da própria existência, não enfrentam a angústia das escolhas ou a pressão da responsabilidade. Mas o homem, com sua percepção de si e do mundo ao redor, carrega o fardo da liberdade.
A liberdade de escolha nos oferece, inevitavelmente, a possibilidade do erro. E, ao errar, sentimos a dor da consciência que nos mostra que poderíamos ter agido de outra forma. É essa consciência que atormenta a alma humana, tornando-a refém de suas próprias decisões. O homem é, ao mesmo tempo, o criador e o destruidor de seu mundo; o único responsável pelo seu destino e pelo ambiente que o cerca. Não há forças divinas ou malignas que determinem suas ações. O homem, e somente ele, tem o poder de preservar ou destruir.
Em sua busca frenética por respostas, o homem criou deuses e demônios, mas sempre retorna ao mesmo ponto: a consciência de sua própria existência. Esse despertar para a realidade o coloca no centro de seu universo perceptivo, onde é o único senhor de suas escolhas. Entretanto, essa mesma liberdade que deveria ser sua maior força, torna-se fonte de angústia, pois as escolhas são limitadas, e a onipresença, inalcançável.
O homem, ao se deparar com o peso de suas escolhas, muitas vezes busca refúgio na ignorância ou na inação, evitando viver plenamente. Mas nem essa escolha traz paz. Fugir do "destino" é impossível; a liberdade e a consciência são partes intrínsecas de nossa natureza. A defesa do homem para suas ações é, muitas vezes, a negação de sua própria responsabilidade, recorrendo a explicações que fogem da lógica filosófica.
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Evan, ao longo deste livro, nos convida a mergulhar nessas questões e a refletir sobre a natureza humana com coragem e honestidade. Ele nos faz ver que o verdadeiro poder do homem está em sua capacidade de pensar, de agir e de aceitar a responsabilidade por seus próprios atos. É nessa tomada de consciência que encontramos o verdadeiro sentido da liberdade e da existência.
ISBN | 9798343095579 |
Número de páginas | 156 |
Edição | 1 (2006) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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