Palavras e imagens nas escritas literárias

PREFÁCIO

Deise Leite Bittencourt Friedrich

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul- IFRS.

Campus Porto Alegre

A presente obra consta de dezenove artigos e dois ensaios acadêmicos, oriundos de pesquisas desenvolvidas por pesquisadores e pesquisadoras dos mais diversos níveis de formação, desde a graduação à pós-graduação (mestres, mestras, doutores, doutoras, pós-doutorandos, pós-doutorandos, pós-doutores e pós-doutoras, constituindo-se em verdadeiras obras individuais, resultantes de um primoroso trabalho de educadores/pesquisadores e pesquisadoras, orientadores e orientadoras, verdadeiros mediadores/mediadoras do bem servir as áreas das Ciências Humanas, Letras, Literatura e Artes.

Sob a organização dos professores doutores José Flávio da Paz, da Universidade federal de Rondônia-UNIR e Néstor Raúl González Gutiérrez, da Universidad Nacional Abierta y a Distancia-UNAD que já editam e publicam, conjuntamente, obras do gênero faz algum tempo, nessa edição priorizaram iniciativas resultantes de trabalhos acadêmicos remanescentes da graduação, pós-graduação e outros de origem em grupos de estudos e pesquisas, casos que passarei a ilustrar a seguir.

No primeiro capítulo, com o título ESSÊNCIA DA LITERATURA: ANÁLISE DA OBRA “SACI, MOLEQUE SACI”, de autoria dos pesquisadores Altino dos Santos Oliveira e Rute Barboza da Silva, o leitor encontrará informações pertinentes acerca do reconhecimento da obra de arte literária, como sendo a organização verbal significativa da experiência interna e externa, ampliada e enriquecida pela imaginação e por manipulação para sugerir as virtudes desta experiência.

A modalidade específica do discurso literário, imaginativo, ambíguo, irônico, paradoxal, alusivo, metafórico etc., tende a fazer da obra “SACI, MOLEQUE SACI”, uma estrutura de significados autônoma que divergem profundamente do discurso científico, referencial, racional, cognitivo e puramente instrumental. Considerando que, a meta do discurso literário e a comunicação direta e intensa vivida na experiência que nela se organiza.

Nesse sentido, a língua tem uma função fundamental processual, pois ela não só media, mas constrói.

É sabido, portanto que, a obra literária apresenta-se em vários planos tais como enredo, personagens, relações e conflito de valores, logo a língua representa apenas um desses planos, assim a totalidade desses é quem transmite a experiência e interpretação da realidade, graças à organização e composição especificas, no sentido total da obra.

Na sequência, a pesquisadora Ana Cléa Marques de Araújo, sob a orientação da Profa. Dra. Geane Valesca da Cunha Klein (UNIR), versam sobre LETRAMENTO E LITERACIA: SEMELHANÇAS, DIFERENÇAS E CONFLITOS, ocasião que propõem um breve estudo bibliográfico com vistas a discutir a emergência do termo Literacia que surge em contextos nos quais antes era utilizado o conceito de Letramento.

O objetivo dessas pesquisadoras foi identificar o modo como esses conceitos são constituídos e apontar significados/sentidos por eles projetados nas situações enunciativas em que figuram, partindo da hipótese de que a escolha por um ou outro conceito pode influenciar na maneira como são construídas as perspectivas de ensino e de leitura em sua relação direta com a questão social.

No capítulo três, Andressa Guedes Ferreira, sob a mediação do Prof. Dr. José Flávio da Paz (UNIR) desenvolveu um estudo, cujo objetivo era falar do processo da leitura e da escrita no 7º ano do ensino fundamental e, para isso, realizaram uma pesquisa de caráter bibliográfica. baseada na concepção de alguns teóricos da educação, ocasião que se enfatizou como é importante o hábito de ler e escrever. Tendo em vista que a leitura é uma atividade fundamental no processo da construção de conhecimentos, onde os professores devem ser os facilitadores desta prática.

O tema da pesquisa surgiu com a finalidade de investigar como se dava esse processo de leitura e escrita dentro da sala de aula no 7º ano do ensino fundamental da escola São Luiz, localizada na cidade de Porto Velho-RO, ocasião que se constatou que ler, para as crianças, foi uma atividade fundamental, tanto na escola como fora dela, pois foi lendo vários tipos e gêneros textuais que elas conseguiram assimilar determinados conteúdos e, consequentemente, aprenderam.

Desse modo, esse estudo, não tenho dúvidas, contribuiu significativamente para com a prática da leitura e da escrita no ambiente escolar e que essa leitura fosse significativa aquele ambiente escolar e para as vidas dos seus agentes educacionais.

O quarto capítulo, que fora intitulado de O PRESENTE DO GREGO: HISTÓRIA, MEMÓRIA E IDENTIDADES CULTURAIS DAS IMIGRAÇÕES GREGAS EM GUAJARÁ-MIRIM/RO, das pesquisadoras Andréia Cardoso do Nascimento e Auxiliadora dos Santos Pinto (UNIR Campus Guajará-Mirim-RO) apresentará resultados de uma investigação sobre a obra literária da obra “O presente do Grego”, de autoria do escritor Paulo Saldanha. A pesquisa é do tipo bibliográfico, com abordagem qualitativa e método analítico e o objetivo foi investigar, a partir da trajetória de Caralambos Vassilakis, as contribuições das imigrações gregas para a constituição da história, da memória e das identidades culturais em Guajará-Mirim (RO).

A pesquisa foi fundamentada pelos pressupostos teórico-metodológicos da Teoria literária, dos Estudos Culturais e os resultados evidenciaram que as imigrações gregas contribuíram, de forma evidente, no processo da constituição das identidades socioculturais do município de Guajará-Mirim, na Amazônia rondoniense.

No quinto capítulo, A INFLUÊNCIA DA INTERNET NA ESCRITA FORMAL DA LÍNGUA PORTUGUESA, os autores Carla Cristina Saccon e José Flávio da Paz (UNIR), discutem as dificuldades no trato linguístico, quer na língua falada ou escrita, as quais sempre constituiu preocupação tanto para os docentes de Língua Portuguesa quanto para os de outras áreas de ensino.

Sustentam-se na concepção de a estrutura textual inserida nos padrões tradicionais seja a mais cobrada de maneira geral e ainda se distancia muito da ideal, pecando pelo atropelamento das normas que direcionam a língua padrão, um jogo de palavras caracterizado por regras já estabelecidas.

A POESIA, A LEITURA E A FORMAÇÃO CRÍTICA CIDADÃ: CONTRIBUIÇÕES PSICOSOCIOEDUCACIONAIS E DA LINGUAGEM é o tema defendido pelas autoras Ermita Maria de Alecrim e Udergela dos Santos Silva, sob a mediação do Prof. Dr. José Flávio da Paz (UNIR). A equipe aborda questões relevantes sobre a poesia, a leitura e a formação crítica cidadã: contribuições psicosocioeducacionais e da linguagem, onde procuram compreender a importância dos mecanismos da poesia no desenvolvimento crítico e reflexivo dos alunos da Educação Básica. Analisam ainda, a importância da função docente, enquanto o mediador e incentivador do hábito da leitura poética na sala de aula. Definem ações de promoção da leitura literária interpretativa e reflexiva de poesia no âmbito escolar e do seu entorno. Exploraram possibilidades de incentivo ao hábito leitor de poesia nas esferas escolar, familiar e social, tendo como agentes docentes, pais e demais membros da comunidade. Este estudo foi fruto de reflexões derivadas de pesquisa bibliográfica, nas quais se buscou aprofundamento do assunto, por meio de leituras, análises e reflexões da produção de autores diversos que discutem o tema, concluindo que a leitura é, foi e sempre será uma parte primordial para a vida em sociedade. Ler é muito mais do que compreender códigos, distinguir as letras e formar palavras. Ler é dar sentido às expressões e palavras e aplicar o que se lê a própria vida, para que seja possível acrescentar conhecimentos. Ler produz conhecimento e faz com que os alunos produzam pensamentos crítico-reflexivo sobre o assunto lido, ouvido ou visualizado, de modo a se projetar gente as adversidades da vida cotidiana.

Na mesma perspectiva, o capítulo FORMAÇÃO DE LEITORES LITERÁRIOS À LUZ DO LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA: ENSINO FUNDAMENTAL II, resultado das pesquisas desenvolvidas por Gisele Naiara de Oliveira Silva e Vilzilene Alves de Souza, sob a orientação do Prof. Dr. José Flávio da Paz (UNIR) refletem acerca do livro didático no Brasil, avaliação e distribuição às escolas da rede pública, sendo muitas vezes, o único material utilizado pelos professores no processo de ensino aprendizagem.

Diante dessa possibilidade, questionaram-se como o professor o utiliza na sala de aula para promover o hábito da leitura literária e aplicaram a indagação e as leituras prévias sobre uma breve análise dos livros de Língua Portuguesa do 7º ano do Ensino Fundamental, das escolas da zona urbana do município de Confresa–MT.

O principal objetivo da tríade era compreender as diferentes abordagens realizadas na promoção dos textos literários propostos pelas autorias das obras estudadas; reconhecer as implicações do texto literário para a formação de leitores críticos; identificar a trajetória histórica e a importância dos livros didáticos no processo ensino-aprendizagem dos educandos brasileiros, bem como, analisar como esse material é apresentados aos seus usuário e a sua relação com a situação social, histórica, econômica e cultura da Cidade e do País.

O ENSAIO SOBRE O QUE SERGIO COSTA DENOMINA DE “DESCOLONIZAÇÃO DA IMAGINAÇÃO”, de Jaquelene Costa de Souza, sob a orientação do Profs. Drs. Mário César Lugarinho e Emerson Inácio, ambos vinculados à Universidade de São Paulo (USP) e à ao Programa de Pós-graduação em Estudos Literário da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) (Orientador), apresenta o percurso teórico de alguns autores pós-coloniais, mostrando em primeiro lugar que a polaridade Rest/West constrói no plano discursivo, e legitima no âmbito político, uma relação assimétrica irreversível entre o Ocidente e seu outro, conferindo ao primeiro um tipo de superioridade que não é circunstancial, histórica e referida a um campo especifico – material tecnológico etc.

O segundo passo é mostrar que a polaridade West/Rest. é inócua do ponto de vista cognitivo, uma vez que ofusca aquilo que supostamente busca elucidar, a saber, as diferenças internas dessa multiplicidade de fenômenos sociais subsumidos nesse outro genérico, bem como as relações efetivas entre o ocidente imaginário e o resto do mundo.

No capítulo O EROTISMO TRANSGRESSOR NAS BALADAS NUPCIAIS HILSTIANA, as autoras Jaquelene Costa de Souza e Cleisa Maria Coelho Braga, discutem questões acerca dos valores e da cultura que, embora tenham sofrido modificações ao longo dos séculos estamos submetidos aos mitos que os determinam, quando referente ao tratamento dado à mulher, está reservado o espaço privado, os papéis de mãe e esposa. Ainda que as lutas feministas tenham avançado, até este momento insurge sobre a mulher os discursos patriarcais que querem lhe apagar a voz, anular sua sexualidade e calar seus desejos.

O trabalho analisa a manifestação do erótico transgressor na poesia lírica da escritora Hilda Hilst, no corpus do poema Balada pré-nupcial. Sendo de interesse das pesquisadoras, averiguar e perceber a transgressão no que tange ao enredo hilstiano, enquanto objeto do prazer. Debruçamos à luz das teorias de Georges Bataille, em O erotismo (1987), Lúcia Castello Branco, O que é erotismo (2004), Octavio Paz A chama dupla: amor e erotismo (1995) e O Arco e a Lira (2012) e outros mais.

Em MORNAS ERAM AS NOITES, DE DINA SALÚSTIO REFLEXOS DA MULHER CABO-VERDIANA, o autor Joao do Nascimento dos Santos, sob a orientação do Prof. Dr. Pedro Manoel Monteiro (UNIR), aborda a questão da maternidade, partindo do ponto de vista da crítica feminista, adentro nas questões sociais e de gênero, através da obra Mornas eram as noites de Dina Salústio.

A questão da delimitação do espaço da mulher a partir da maternidade, a maneira que o discurso patriarcal penetra socialmente para torna-se esse discurso cada vez mais verídico ao ponto de naturalizá-lo, e com a naturalização esse discurso passa a se propagar, mesmo pelos grupos minoritários que são afetados.

No capítulo A VOZ DE RESISTÊNCIA DE ELZA SOARES E O PROJETO AFROFUTURISTA: DISCUTINDO SIGNIFICADOS E SENTIDOS PROJETADOS NAS CANÇÕES DO ÁLBUM PLANETA FOME, a pesquisadora Leydna Sousa Silva, sob a orientação da Profa. Dra. Geane Valesca da Cunha Klein (UNIR) debate a projeção de representações culturais e sociais, discutindo significados e sentidos projetados nas canções do álbum Planeta Fome (2019), os quais se entrelaçam à condição feminina, negra e migrante de Elza Soares.

Para desenvolver o estudo, foram tomadas como norteadoras as seguintes questões: Quais são os significados e sentidos projetados nas canções que compõem o álbum Planeta Fome, de Elza Soares? É possível pensar na construção do álbum como sendo um projeto de afrofuturismo? Como a voz de resistência de Elza Soares vincula-se aos textos das composições?

Em VARIAÇÃO SOCIOLINGUÍSTICA E LINGUAGEM JUVENIL: PERSPECTIVAS HÍBRIDAS EM PRIMAVERA DO LESTE, Marineis Aparecida da Silva Guadagnin e Roselma Monteiro, mediadas pelo Prof. Dr. José Flávio da Paz (UNIR) estudam sobre a variação sociolinguística e a linguagem juvenil, no município mato-grossense de Primavera do Leste, cuja temática surgiu com o intuito de agregar algumas questões e, consequentemente respostas, a essa visão de língua padrão para todos sem respeito devido as diferenças.

Logo, propuseram-se a analisar como a língua e, consequentemente o seu ensino-aprendizado, lidam com os aspectos variacionista, das linguagens, do preconceito linguística e o sublinguismo, numa perspectiva, mais analítica.

De modo mais amplo, o capítulo busca compreender a linguagem mista ou híbrida, ou seja, a mistura da linguagem verbal e não verbal nas comunicações e interações sociais entre os jovens adolescentes da cidade de Primavera do Leste.

No capítulo A IDENTIDADE DO PERSONAGEM VELHOS OSSOS DO LIVRO UM PAÍS SEM CHAPÉU, DE DANY LAFERRIÉRE, o pesquisador Maycon Douglas Pereira de Moura e a pesquisadora Joelygia Maria de Moura Siena se propõem a analisar o personagem Velhos Ossos do livro País sem Chapéu de Dany Laferriére, baseado nos conceitos de Identidade de Zygmunt Bauman na obra Identidade, permeado entre os conceitos da Modernidade Líquida.

O personagem Velhos Ossos, construído por Dany Laferrèrie, sugere representar o que Bauman define como comportamento de uma nova configuração de identidade, que entra em conflito as culturas, que ao escrever o livro vai resgatando a identidade sem deixar as vivências em outras culturas, ser diáspora.

No capítulo RELAÇÕES ENTRE COMUNICAÇÃO, LEITURA E ESCRITA: O JORNAL COMO RECURSO DE ENSINO, a autora Mayra Pereira Pinto, sob a orientação do Prof. Dr. José Flávio da Paz (UNIR) busca entender a relação entre a comunicação discursiva escrita e o jornal como recurso pedagógico.

Neste sentido, traz uma breve história do surgimento do jornal no Brasil apoiando-se, principalmente, em ZABALA, (2008), utilizando-se, em seguida, como ferramenta metodológica da pesquisa, a atividade de produção de um jornal de sala de aula com alunos do ensino fundamental de uma escola públicas de Porto Velho, conduzindo seus partícipes a praticar a língua escrita, trabalhando com gêneros textuais e imagem verbal e não verbal, provocando a interação socio-discursivamente da produção dos gêneros textuais jornalísticos no ambiente discursivo escolar, além de mostrar a importância do trabalho com o jornal impresso e digital dentro da escolar, visando a uma ação pedagógica legítima, notadamente, no que diz respeito ao ensino-aprendizagem da língua escrita.

O Prof. Dr. Néstor Raúl González Gutiérrez (UNAD-Colômbia), contribui com o capítulo A POÉTICA DO PÁCIFICO COLOMBIANO: REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO ATRAVÉS DOS VERSOS ESCRITOS PELAS VOZES FEMININAS, analisa a representação do espaço e a configuração da voz enunciadora nos versos de mulheres negras presentes na obra ¡Negras somos! Antologia de 21 mujeres poetas afro-colombianas de la Región Pacífica que, para sua composição foi necessário reconhecer os fatores extraliterários que vitalizam a escrita através do enaltecimento das características próprias do espaço que se configuram como elementos de representação e de identidade das vozes femininas presentes nos poemas de poetisas tais como: Elcina Valencia, Lucrecia Panchano, Mary Grueso. Como resultado, pode-se analisar a configuração da poética visual para enaltecer as belezas naturais presentes na consolidação do espaço através dos seus versos.

A pesquisadora Odede Mascarenha Farias dos Santos, sob a orientação do Prof. Dr. Fernando Simplício dos Santos (UNIR) colaborou com o capítulo DA METÁFORA À METAPOESIA: A CONSTRUÇÃO DO DISURSO POÉTICO EM EDUARDO MARTINS visando analisar as características da metáfora e da metapoesia na construção estético-discursiva dos poemas intitulados: “O ceramista”, “O vaso”, “O girassol”, publicados no livro A palavra falta (2016), de Eduardo Martins – poeta pernambucano que, desde os anos 80, teve efetiva participação no Movimento dos Escritores Independentes de Pernambuco (MEIPE).

Trata-se da investigação que procura revelar como se constrói a linguagem poética de Martins, tendo como base suas correlações com representações das artes plásticas.

As pesquisadoras Rita de Cássia Pompeu de Sousa

Edilene dos Santos Lima, ambas da Universidade Federal de Roraima (UFRR) apresentam-nos a PROSPECÇÃO DE FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS PARA INOVAÇÃO NO ACESSO A DADOS DE CONTROLE EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DA AMAZÔNIA, cujo objetivo foi prospectar ferramentas tecnológicas dinâmicas nos portais das universidades federais brasileiras que possibilitem melhorar, otimizar e reduzir o tempo de busca dos dados de controle.

Para realizar a pesquisa, foram aplicadas técnicas de prospecção. Iniciou-se com um levantamento bibliográfico com buscas em bases de dados de publicações científicas e levantamento documental em portais do governo federal.

As pesquisadoras Rosângela Aparecida Hilário, Allyne da Silva Teixeira e Miriam Pedrosa Rodrigues, todas vinculadas a Universidade Federal de Rondônia-UNIR versam sobre PROTAGONISMO E AUSÊNCIAS: POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A (R)EXISTÊNCIA DAS MULHERES PRETAS E LÉSBICAS.

O capítulo tem início com uma provocação: a partir de uma paráfrase da música interpretada por Maria Bethânia que destaca a resiliência necessária para acreditar na democracia em tempos de ditadura militar (a música foi composta em 1972 e gravada em 1975) desafia ao leitor a refletir sobre existências negadas e “invisibilizadas”: a partir daqui vai se dissertam sobre as infâncias e juventudes a que são negadas alteridade, direito a transbordamento de experiências, possibilidades.

Os dados coletados e referências apresentadas foram utilizadas no processo de desenvolvimento de uma pesquisa de campo do tipo qualitativa, desenvolvida especialmente para concluir um curso de especialização em gênero e sexualidade no âmbito da UNIR.

A proposta é refletir como a política pública pode contribuir para que deixemos de viver como é possível e passemos a viver como merecemos.

As pesquisadoras Solange Correia de Lima, Adriana Lins Precioso e Claudia Miranda da Silva Moura Franco - todas da Universidade do Estado de Mato Grosso-Unemat, brindam-nos com o capítulo intitulado O BORDADO: RESSIGNIFICAÇÕES ENTRELAÇADAS EM NÃO PRESTA PRA NADA, DE MARTA COCCO que versa sobre a força da voz feminina, após o advento do movimento feminista, apontando que a mulher conquistou mais espaço na sociedade.

Contudo, sopesando quanto a amplitude das conquistas, ainda se observa a insistente superioridade masculina que, em uma sociedade extremamente machista, misógina e patriarcal, insiste historicamente em barrar as conquistas femininas, seu crescimento, tanto pessoal quanto profissional.

O percurso para alcançar essa escrita é carregado de entraves. Até chegar ao direito de escrever sobre si mesma com textos de experiência o que se vê historicamente são mulheres marcadas pela força da opressão masculina, escondidas em pseudônimos que lhes permitiam escrever, desde que obscuramente e marcadas pelo signo do silenciamento, escreviam, mas não podiam ser quem elas realmente eram, a violência patriarcal subjugava à condição de obediência.

A pesquisadora Thamara Luiza Lopes Araujo, sob a orientação do Prof. Dr. José Flávio da Paz (UNIR) apresenta o capítulo A LINGUAGEM DO MEIO VIRTUAL NA PRODUÇÃO DE TEXTOS: UMA ANÁLISE DA/NA ESCRITA DE ALUNOS DO 8° ANO DA ESCOLA COOPERIN DE SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA- MT.

Seu trabalho visa entender as implicações lexicais da escrita em redes sociais nas produções textuais escolares, visto que nas últimas décadas a internet tem modificado a maneira de comunicação entre as pessoas. Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa com alunos do 8°ano da escola Cooperin, no intuito de identificar as marcas linguísticas da escrita digital nos (con)textos escritos produzidos; analisar em quais situações formais de escrita o uso das abreviações são mais frequentes e mostrar as diferentes formas de escritas e o uso adequado do gênero textual, a partir das mais variadas situações de comunicação e interação social discursiva, sendo possível perceber que alguns jovens estão sendo influenciados em seu modo de grafar as palavras.

O pesquisador Walter Brito Bezerra Júnior, sob a orientação do Prof. Me. Hareton Ribeiro Gomes (IFRN) colaboram com o capítulo de encerramento desta obra, com o capítulo O ENSINO DA MATEMÁTICA: DESENVOLVENDO HABILIDADES

SOCIOEMOCIONAIS POR MEIO DE JOGOS, considerando que a matemática é uma disciplina fundamental para o desenvolvimento dos discentes na trajetória educacional, uma vez que se encontra interligada com o convívio social.

Pensando dessa maneira e acreditando que o lúdico contribui na formação dos conceitos matemáticos cotidianos, acredita-se que, os envolvidos no processo educativo perceberão nos jogos, brinquedos e brincadeiras excelentes recursos didáticos, nos quais buscarão - professores e alunos, fazer do encontro na sala de aula, verdadeiros momentos de solidificação dos conhecimentos matemáticos e agentes comprometidos com a construção do seu desenvolvimento cognitivo.

Logo, esse trabalho tem como intuito fazer uso da leitura, como uma ferramenta capaz de proporcionar ao aluno uma maneira diferente de se pensar e se criar novos propósitos na compressão da matemática; construir nos docentes iniciativas que façam uso de objetos concretos, sendo capazes de tornar o aprendizado mais significativo e dialógico com a realidade do aluno e despertar uma visão mais ampla dos educandos para que deem sentido ao ato educativo, proporcionando um significativo interesse pela área e o efetivo envolvimento deles com o aprendizado da Matemática. didático e ferramenta de educação matemática, propicia a interação entre professor e aluno.

Por fim, após esse longo prefácio que exista fôlego para se embebecer nos conhecimentos que se apresentam, para além do já dito, por tudo que se apresentará nas próximas quase quatrocentas e noventa páginas.

Boa leitura!

Porto Alegre-RS, julho de 2022.

Prof. Dra. Deise Leite Bittencourt Friedrich

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul- IFRS.