Goulart havia montado uma base de apoio militar e sindical muito poderosa. Os próprios golpistas sabiam que não teriam chances num enfrentamento direto com a base de apoio do presidente. Por isso, buscaram apoio da imprensa e de setores da sociedade, da Igreja e das Forças Armadas para tentar corroer a legitimidade do governo.
A rebelião dos marinheiros ocorrida entre 25 e 27 de março modificou toda a situação. O presidente teve a sua base de apoio militar destruída após demitir o ministro da Marinha e anistiar os marinheiros insubordinados. Estes tinham promovido a rebelião para protestar contra algumas decisões do ministro Silvio Frota. A decisão do presidente deixou quase todos os oficiais das Forças Armadas indignados. Goulart tinha atentado contra os princípios da hierarquia e da disciplina que sustentavam a corporação militar.
O governo norte-americano vinha apoiando os conspiradores que pretendiam derrubar Goulart. Apoiado por comunistas e sindicalistas, o presidente prejudicava os interesses dos Estados Unidos no Brasil tomando decisões de cunho nacionalista e popular. No dia 31 de março de 1964, o governo Lyndon Johnson decidiu enviar uma força tarefa para o Brasil com a finalidade de dar apoio militar aos conspiradores.
Quando essa informação chegou ao Brasil, os conspiradores conquistaram o apoio dos oficiais das Forças Armadas que continuavam indecisos mesmo indignados com o chefe do governo. Assim, o movimento militar que tinha sido desencadeado pelo general Mourão Filho ganhou a força de um tsunami.
Goulart resolveu não resistir ao golpe. Queria adotar a mesma estratégia de Vargas em 1945: aceitar a deposição e retornar ao poder candidatando-se nas próximas eleições presidenciais para retornar ao poder nos braços do povo.
Pela primeira vez na história da República, os militares decidiram não devolver o poder aos civis. Goulart exilou-se no Uruguai e nunca pôde retornar ao Brasil. Os militares decidiram assumir o poder para estabelecer a ordem e para implementar um projeto de construção da nação que eles julgaram o mais adequado para o Brasil.
Número de páginas | 392 |
Edição | 1 (2014) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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