Em Memórias de Angola, Bejano Kuamo nos convida a mergulhar em um retrato visceral da vida nas periferias de Luanda, revelando a alma de uma juventude marcada pela luta constante por sobrevivência em meio à pobreza, violência e incerteza. Com uma narrativa intensa, conduzida pelo protagonista, o leitor é levado a refletir sobre questões profundas que atravessam o cotidiano de muitos angolanos, mas que, ao mesmo tempo, ecoam em qualquer lugar onde a marginalização e a desigualdade social se fazem presentes.
Dividido em 12 capítulos curtos, o livro segue o estilo de crônica, onde cada capítulo funciona como uma janela para um fragmento da vida de Kuamo. Desde o despertar ao som do caos da favela até as memórias mais íntimas de seus sonhos desfeitos e os dilemas de seu coração, Bejano Kuamo constrói uma obra que, embora profundamente enraizada em Angola, dialoga com os desafios globais da juventude que cresce à margem da sociedade.
A história de Kuamo é a história de muitos. Ele representa os jovens que, em meio ao pó e à lama, sonham com algo melhor, mas que constantemente se encontram diante de uma encruzilhada: rebelar-se ou conformar-se. Em suas reflexões, há uma dor latente, mas também uma busca incessante por sentido, em um ambiente onde a esperança é escassa, mas nunca totalmente perdida.
Kuamo nos entrega uma obra que não é apenas uma coleção de memórias; é um testemunho poderoso da resiliência humana. Com uma prosa poética e impactante, ele nos faz questionar o que significa viver e resistir em um lugar que, por vezes, parece projetado para esmagar qualquer resquício de sonho.
Memórias de Angola não é uma leitura leve, mas é uma leitura necessária. Nas palavras de Kuamo, encontramos as marcas de uma luta que, embora individual, carrega o peso de uma comunidade inteira. É um livro que nos obriga a encarar realidades que muitos prefeririam ignorar, mas que, ao mesmo tempo, nos ensina sobre a força de quem nunca teve o privilégio de desistir.
Com Memórias de Angola, Bejano Kuamo firma-se como uma das vozes mais autênticas e potentes da nova literatura angolana, trazendo à tona uma visão crua, porém cheia de sensibilidade, de um país e de um povo que lutam diariamente para sobreviver, resistir e, acima de tudo, lembrar.
Número de páginas | 110 |
Edição | 1 (2024) |
Formato | Pocket (105x148) |
Acabamento | Brochura s/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Polen |
Idioma | Português |
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