Neste livro que é resultado de minha pesquisa de mestrado, debato questões relacionadas com o processo de formação da pessoa e o sentimento de pertença entre jovens que crescem num contexto familiar de grande mobilidade transnacional, resultante da inserção de seus pais em profissões altamente qualificadas – como as de diplomata, militares em escalões mais altos, embaixadores ou mesmo missionários – e que por isso participam e ao mesmo tempo contribuem para o que chamamos de cultura transnacional e/ou “terceira cultura”. Este livro propõe-se a enquadrar a vivência do que Ruth Useem cunhou como Third Culture Kids (TCKs), explorando teorias sobre cultura, identidade e transnacionalismo que iluminam a formação da identidade pessoal desta elite social, com particular referência aos trabalhos de Ulf Hannerz e as alianças possíveis e úteis entre as reflexões deste autor e os estudos sobre a formação da pessoa de Christina Toren.
Partindo de um estudo exploratório realizado entre jovens residentes atualmente em Lisboa/Cascais, fundamentado em três estudos de caso, reflito sobre os dilemas vividos por estes jovens e seu enquadramento familiar. Mostro neste trabalho que em alguns casos estes jovens e seus pais ganham consciência da existência de um modelo hegemónico que valoriza a criação de “raízes” em locais específicos, ao mesmo tempo em que utilizam redes de relacionamentos desterritorializadas para construírem suas identidades. O estudo aqui apresentado contribui, assim, para o debate sobre as questões territoriais, a mobilidade e a identidade pessoal tão discutidas nas últimas décadas na Antropologia.
ISBN | 978-85-916703-8-3 |
Número de páginas | 170 |
Edição | 1 (2014) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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