Na atualidade nos deparamos com situações que potencializam a importância do Ensino de Ciências e da Educação ambiental nos espaços formais de aprendizagem. Diante de tantas catástrofes ambientais e de questionamentos que tentam contrapor os argumentos científicos e relativizar os serviços ambientais, nos motivamos em agregar neste livro produções científicas que discutem as teorias da educação ambiental.
Esta obra, intitulada “Educação Ambiental: Olhares Múltiplos”, tem a pretensão de contribuir para a formação de leitores e estudantes críticos e participativos capazes de interagir com a sua realidade na condição de cidadãos conscientes. Essa obra está organizada em 10 capítulos refletindo sobre a temática ambiental no âmbito escolar. Representa o esforço de um coletivo pensante que reflete sobre os principais conceitos que definem a proposta de educação ambiental crítica e popular, como seus modos pedagógicos com a intenção de construir uma cidadania sustentável.
O livro tem a motivação de se plantar uma semente – dentre outras tantas já plantadas - que acredita no redescobrimento de um novo paradigma da relação da sociedade humana e no ambiente. Pretendeu-se analisar a relação sociedade/natureza sob a ótica da qualidade de vida e que norteia o uso da preservação dos recursos naturais. Esperamos uma atenção especial do leitor quanto a necessidade da nossa sociedade humana se conscientizar de que temos apenas um planeta e que todos os seres vivos têm direito a ele. Desta forma vemos no ambiente escolar formal e no ambiente não formal maneiras de se chegar a esse objetivo de conscientização e transformação para a educação ambiental.
Nesta obra, pretendeu-se dar contribuições teóricas de subsídio ao educador que queira trabalhar essas questões junto aos educandos. Além disso, são sugeridos alguns percursos formativos (aqui denominados de sequências didáticas) de caráter modular, para que o educador tenha a liberdade de adequá-los à sua realidade. Cada sequência didática é direcionada à prática ao ar livre e aborda temas fundamentais para a formação de sujeitos comprometidos com a sustentabilidade planetária.
No capítulo 1 é apresentada a fundamentação teórica dos conceitos de Educação Ambiental e suas abordagens na educação brasileira. Apresentam-se autores clássicos desde a formação conservadora até a visão crítica da Educação ambiental. Relata autores que tratam da educação ambiental formal e a sua importância da conscientização dos jovens e a relação com a natureza.
Em seguida, no capítulo 2, a autora discute sobre a Educação Ambiental conservadora e crítica, mostrando suas diferenças e como são desenvolvidas nos ambientes escolares. Discute a necessidade de se ter clareza das ideologias que estão por trás das nossas ações, quais nossas crenças e valores para que possamos planejar a forma de abordagem e escolher que metodologia se adequa melhor ao nosso objetivo
No capítulo 3 é apresentado o processo de inserção da educação ambiental no ensino formal por meio da ambientalização, por meio de debates sobre temas ambientais. A ambientalização curricular compreende a inserção de conhecimentos, de critérios e de valores sociais, éticos, estéticos e ambientais nos estudos e currículos universitários, no sentido de educar para a sustentabilidade socioambiental. Portanto, os Projetos Pedagógicos e os planos de ensino dos cursos deveriam conter conceitos e instrumentos curriculares que permitissem entender e apreciar o ambiente e sua complexidade, além de conteúdos que deixassem os estudantes compreenderem a relação entre a atividade humana e o ambiente.
No capítulo, “Os Oceanos e a Educação Ambiental”, as autoras apresentam a importância dos oceanos para a sobrevivência humana e do planeta. Apesar da dimensão e importância deles, ainda não recebem a atenção devida quando falamos em educação ambiental e climática. Rastros da industrialização são observáveis a muitos quilômetros de distância da região costeira e nas zonas mais profundas dos oceanos. Plásticos, poluentes, manchas de petróleo e barulho são só alguns exemplos de como temos interagido com os ecossistemas marinhos. O primeiro passo para conseguirmos lidar com esses problemas é o conhecimento sobre o tema, que é a proposta desse texto.
No capítulo seguinte é apresentado um questionamento muito interessante que nos chama muito a atenção: Saúde e Educação Ambiental combinam? Isso colocaria os leitores a pensar qual a relação entre saúde e educação ambiental? Elas se interagem? De que maneira? O capítulo Educação ambiental aplicada à Saúde apresentará que a área da saúde não está resumida à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento de doenças. Tão pouco é constituída por hospitais, clínicas médicas e laboratórios de pesquisa. O coração dessa área é o laboratório clínico, com seus processos e fluxos que demandam conhecimentos em gestão sustentável e educação ambiental na formação dos profissionais da saúde. Isso porque, os insumos e resíduos da área da saúde são especialmente nocivos ao meio-ambiente. Além disso, a pandemia de Covid-19 e o surto de Dengue trazem mais evidências da necessidade da aplicação da Educação Ambiental na formação de profissionais da saúde, com o intuito de estabelecer processo que levem a prevenção de doenças e educação em saúde da população.
No capítulo sobre “Gerenciamento dos Resíduos Químicos nos Laboratórios Didáticos”, os autores trazem uma discussão sobre a ausência de consciência dos professores quando planejam de forma inadequada os protocolos de experimentos em suas aulas nos laboratórios, com a possibilidade de utilizar quantidades reduzidas de reagentes a fim de obter como resultado pequenas porções de resíduos, que também poderão ser utilizados em outras aulas antes da destinação final. Abordam a legislação existente e as práticas adotadas para o gerenciamento dos resíduos nos laboratórios didáticos, contudo, destacando a importância da manutenção de um programa de gestão, pois, o descarte irregular desses resíduos resultará em danos ao meio ambiente.
No sétimo capítulo “As Questões Ambientais de Mato Grosso: Discutindo uma Intervenção Pedagógica com Professoras da Educação Básica” as autoras trazem o resultado de intervenções pedagógicas que teve como objetivo sensibilizar os estudantes da Educação Básica quanto as questões ambientais que afetam o estado de Mato Grosso. As intervenções foram planejadas e aplicadas durante uma formação continuada em Educação Ambiental desenvolvida em parceria com a Secretaria de Educação de Mato Grosso.
O oitavo capítulo, por sua vez, aborda as agendas teórico-curriculares no contexto dos Anos Finais do Ensino Fundamental, tomando como referência o componente curricular de Língua Portuguesa, a qual versa sobre o contemporâneo tema transversal e complexo da Educação Ambiental que é vinculado à macroárea de Meio Ambiente.
Em seguida, o nono capítulo traz uma imersão em uma obra clássica e pioneira no contexto das Ciências Ambientais e da própria Educação Ambiental, ao estabelecer “uma conexão entre a obra Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, escrita em 1962, e a atualidade, ressaltando os problemas relacionados ao uso de agrotóxicos no Brasil. Apesar de ser um livro escrito há mais de 60 anos, continuamos presenciando as consequências dos pesticidas e a ganância da indústria e do agronegócio”.
Por fim, mas não menos importante, o décimo capítulo aborda o paradigma das boas práticas das metodologias ativas a partir de uma experiência exitosa trabalhada com 40 alunos do Ensino Médio que se fundamentou nas estratégias didáticas de Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) e Equipes (ABE), as quais estão presentes nas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Com este material, espera-se que os leitores adquiram novos conhecimentos, novos olhares, realizem novas associações entre os conteúdos dessa área do conhecimento, reflitam sobre os temas propostos e se vejam como cidadãos pertencentes e atuantes na preservação ambiental. Que as ideias presentes nesta obra possam inspirar boas práticas e experiências didáticas em Educação Ambiental, tanto nas circunstâncias formais, quanto não formais.
ISBN | 9786585212960 |
Número de páginas | 211 |
Edição | 1 (2024) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Tipo de papel | Couche 150g |
Idioma | Português |
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