Inicialmente nome de um rio da região. Do tupi “siri” (Siri, caranguejo), “i” (água, rio), “pe” (caminho, curso), isto é, curso do rio dos siris; Cyrigipe em carta do padre Manuel da Nobrega, de 1559; Cirigi , em José de Anchieta (1585); Cerigipe, na História do Brasil, de frei Vicente do Salvador; Seregipe, em Gabriel Soares de Sousa, Gregório de Matos e Aires do Casal; Serzipe, na História da América Portuguesa, de Rocha Pita. Os critérios ortográficos vigentes no Brasil para com os geônimos brasílicos postulam Serjipe.
É muito glorioso à história de Sergipe registrar o fato de se ter em seu território levantado o primeiro grito de revolta, pondo em atividade a primeira deliberação patriótica para romper as poderosas fortificações holandesas.
Em virtude da lei de 22 de Agosto de 1587, a guerra de Sergipe, sancionada pelo rei, foi considerada justa, e pois, boa oportunidade ofereceu de grandes lucros pela escravização do índio. De fato, quatro mil índios ficaram sob o peso do cativeiro. O braço africano, que era tanto mais importado quanto maior o protecionismo dos jesuítas ao indígena, foi largamente conduzido para a nova capitania e reunido ao do índio, que a lei considerava escravo; e ativaram o início da colonização em beneficio da raça conquistadora, que entrava na concorrência em pequeno número relativamente às duas. Entretanto seus caracteres étnicos predominaram, em vista da vantagem de seu grau de civilização e de cultura, amontoado por um passado histórico de muitos séculos. Generalizou-se sua língua, sua política e sua religião, que se infiltraram nas novas gerações.
Qual seria o futuro da colonização na Bahia se a conquista de Sergipe não antecedesse um conjunto de circunstâncias tão desfavoráveis a si, e como colônia nascente não fornecesse auxílio para destruir os elementos contrários, que tendiam a fortificar-se? Além disso, ponto intermediário entre os dois mais populosos centros coloniais de então - Bahia e Pernambuco - na colonização de Sergipe as duas capitanias encontraram condições favoráveis à sua prosperidade, em vista da facilidade de comunicação que lhes oferecia.
Se não fosse por Sergipe, Bagnuolo teria realizado sua estratégia política perante Nassau, a quem entregou a destruição de uma pequena riqueza pública, amontoada por uma vida de quarenta e tantos anos. Eis antecedentes históricos, que têm sido tão injustamente esquecidos pelos historiadores pátrios para o delineamento dos princípios dirigentes da civilização brasileira.
Número de páginas | 158 |
Edição | 2 (2021) |
Formato | A4 (210x297) |
Acabamento | Brochura s/ orelha |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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