O fascínio despertado pela vida e obra de Freud está ocupando o espaço necessário nestes tempos do cinqüentenário de sua morte.
A descoberta do largo alcance do diazepínicos e outras drogas poderosas parece a queda da bastilha da alma, que a psicanálise dos primeiros tempos construiu como escora para salvar o homem pela leitura profunda do armazém ético do seu inconsciente. Todavia, esta nova tecnologia de livrar o desespero da pessoa humana dos males de sua incompatibilidade com o existir histórico que a realidade lhe impõe não é capaz de espancar a genialidade do vienense, presença da humanidade que atravessou desde o seu tempo até o nosso tempo o todo do tempo.
De todos os modos, é hora de resgatar a psicanálise da panacéia, redimensionando a sua busca, para que ela própria não seja causa de seu desprestígio. É preciso colher com proveito a lição que Charcot transmitiu ao jovem Freud: a obediência submissa do cientista aos fatos não é a adversária, mas a fonte e a servidora da teoria.
Com Freud, desde a segunda metade do século XIX, foi possível entender que muitos sintomas físicos podem ser enfrentados com o conhecimento da alma. A ciência deve ao pai da psicanálise a abertura do inconsciente.
Os sinais freudianos da disparidade emocional entre o que se deseja e o que se vive, ou, simplesmente, da freqüente repulsa à própria realidade existencial, é certo que podem encontrar na quimioterapia uma saída, e até mesmo uma cura. Porém, a psicanálise é capaz de curar, se por cura se puder entender à capacidade da inteligência do homem de compreender a sua patologia e fazê-la aliada da vida e não companhia da morte, que nasce no mesmo momento em que a pessoa briga com a vida.
A pessoa humana rege-se pelas afinidades das suas emoções.
Essas afinidades medem-se pela intensidade das relações entre a inteligência e a realidade. E daí o segredo do homem ser também a sua claridade. Foi assim que Freud ensinou a soberania do observador:
Quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir, convence-se de que os mortais não conseguem guardar segredos. Se os lábios estão silenciosos, eles tagarelam com as pontas dos dedos; a traição abre seu caminho por todos os poros. Freud revelou que cada pessoa humana pode descobrir dentro de si o alimento para viver conscientemente em paz. Olhar para o seu mundo interior, buscar as suas influências, separar o que é seu e o que veio de fora fazem parte da libertação de cada um para viver melhor e mais feliz.
Diante do evidente crescimento da psicanálise faz-se necessário compreender seus termos, eis ai o valor desta obra.
ISBN | 978-85-7621-060-3 |
Número de páginas | 159 |
Edição | 1 (2009) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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