PILAR HISTÓRIA E CULTURA

Por Severino dos Ramos

Código do livro: 394779

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Não Ficção, Literatura Nacional

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Sinopse

Sou dos tempos idos, do candeeiro, do abano, do fogão à lenha, da panela de barro e do café de pilão. Da bola de meia, da carrapeta e do pião. Do burro de carga, do carro de boi, do pote d’água, do banho de cuia e do galão. Da casa de taipa da tramela e da retranca, do ferrolho de pau, do colchão de ca-pim e do oitão. Do ferro à brasa, dos tecidos volta ao mundo e tropical, da ancoreta, do caçuá e da bola de sabão.

Relembrando tantas coisas que ao longo do tempo foram apagadas, pensei em juntar pedaços dessa história e trazê-los ao conhecimento dos nossos mais jovens pilarenses e reacender as lembranças daqueles que viveram em minha época.

Sendo assim, convido o amigo leitor para um passeio no passado da nossa saudosa e bela história, para relembramos de fatos que estão debruçados na janela do tempo e do esquecimento.

— Severino dos Ramos

*************************************

O Pastor Ramos, como é mais conhecido, vem, através deste seu novo livro, Pilar História e Cultura, oferecer-nos mais do que uma contribuição inestimável para os anais da história e da cultura paraibana e brasileira, vem oferecer-nos a oportunidade de viajarmos para um passado distante, de passearmos pela história de nosso povo e de nos emocionarmos revendo o maravilhoso registro das coisas que não existem mais.

Com uma linguagem simples, como simples e pitoresca é nossa gente, o livro é composto por pequenas crônicas que relatam a história de um Pilar pujante, da época dos engenhos de cana de açúcar, do comércio do algodão, das casas de farinhas, das olarias de tijolos e telhas, do curtume, da farmácia de Seu Israel, da pista de pouso, do trem, do cinema de Seu Zé Ribeiro, da fábrica de armário de Zito, das grandes cheias do Rio Paraíba, do vitorioso Esporte Clube Modena, das tradicionais festas de natal e de ano novo, enfim, de um Pilar glorioso que deixou muitas saudades no coração de quem o conheceu.

Não tenho nenhuma dúvida que o Pastor Severino dos Ramos, com a publicação deste novo livro, vem figurar na galeria de nossos escritores mais comprometidos com o resgate histórico e com a divulgação de nossa cultura.

— Antonio Costta

(Poeta e Escritor pilarense)

Características

ISBN 9781300284277
Número de páginas 132
Edição 1 (2021)
Formato A5 (148x210)
Acabamento Brochura c/ orelha
Coloração Preto e branco
Tipo de papel Offset 75g
Idioma Português

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Fale com o autor

Severino dos Ramos

Severino dos Ramos Silva, ou simplesmente Pastor Ramos, nasceu em 05/05/1950 na Fazenda Maracujá, no município de Itabaiana, Estado da Paraíba. Mas está radicado no município de Pilar-PB, desde 1990, onde foi agraciado com o título de Cidadão Pilarense, outorgado pela Câmara Municipal de Vereadores de Pilar.

É casado com Veralúcia Bezerra da Siva e pai de três filhos: Ivan Ramos Bezerra da Silva, Uziel Bezerra da Silva e Davi Bezerra da Silva.

É pastor presidente da Igreja Evangélica Congregacional de Pilar-PB.

É autor do livro "Memórias de um Canhoto Direito".

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"O COMEÇO

Nasci em um lugar chamado Fazenda Maracujá, município de Itabaiana/PB, no dia 05 de maio de 1950 e sou o quinto filho do casal Pedro Miguel da Silva e Inácia Maria da Silva. Na época as mulheres pobres davam a luz em casa, acompanhadas por parteiras leigas da própria região. Segundo contava minha mãe, meu pai saiu em busca de uma parteira, que demorou muito para chegar, portanto, quando ela chegou, eu já havia nascido.

Nesse tempo, quando nascia uma criança os pais soltavam fogos, como forma de avisar aos vizinhos de que o bebê havia chegado ao mundo. O pai do recém-nascido oferecia aos amigos uma bebida artesanal chamada cachimbo, para demonstrar sua alegria. Toda a vizinhança se dirigia a casa para conhecer o bebê, parabenizar os pais e tomar o cachimbo. A criança com poucos dias de vida começava a comer papa, normalmente preparada com leite de vaca ou de cabra e farinha de araruta ou de mandioca, as mães usavam o dedo para dar a papa às crianças.

Recebi o nome de Severino dos Ramos Silva. Meus pais já tinham quatro filhos, sendo eles: Francisco Pedro, José Pedro, Miguel Pedro e José Pedro, formando então uma família com cinco filhos. Com o passar dos anos vieram ainda Maria do Carmo, Luiz Pedro, Manoel Pedro e José Maria. Nosso o irmão caçula, Roberto, é filho da nossa madrasta.

Em janeiro de 1956, por causa de uma grande seca e muitas dificuldades, nosso pai resolveu deixar a Paraíba e tentar a sorte em Pernambuco, indo morar na cidade de Ribeirão, região sul do estado. A viagem entre Itabaiana e Recife foi muito sofrida, pois a estrada era de barro e o ônibus (que era chamado de sopa) tinha seu bagageiro na parte superior externa e levava muitas crianças. Nossa bagagem, reduzida a roupas e redes, era conduzida em sacos, já que não tínhamos móveis.

Ao chegar à cidade de Recife, embarcamos no trem que levava à região sul de Pernambuco e partimos rumo ao nosso destino: Engenho Lages, pertencente à usina Caxangá. Passaram-se alguns meses e nosso pai não estava se agradando do lugar, decidindo, assim, mudar para o agreste do estado. Certo dia juntou os cacarecos e pegou um caminhão pau de arara e fomos para Riacho das Almas, cidade próxima a Caruaru, onde fomos morar no distrito de Trapiá, às margens do rio Capibaribe.

Lá também as coisas não deram muito certo, o que fez com que meu pai decidisse voltar para a Paraíba, desta vez para a cidade de Pilar. O lugar era desconhecido para todos nós. Mais uma vez um caminhão pau de arara nos levou até a cidade de Caruaru, onde embarcamos no trem que fazia a linha Caruaru-Recife. Em seguida, passamos para outro trem que saía de Recife com destino a João Pessoa e, finalmente, desembarcamos no nosso destino: Pilar.

Estávamos todos cansados e com fome, porém caminhamos a pé um pouco mais de meia légua até a Fazenda Figueiredo, propriedade do Sr. José Gouveia de Lima, a qual tinha como administrador o Sr. Manoel Inácio, os quais nos receberam com muito carinho. Na fazenda passamos a viver uma nova etapa da nossa vida, no ano de 1956. E Deus nos abençoou ali."

— Severino dos Ramos Silva

(Memórias de um Canhoto Direito)

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