Os pobres no cinema de Manoel de Oliveira

(Estudos Interdisciplinares de Cinema, Literatura e Sociedade)

Por Renata Soares Junqueira (org.)

Código do livro: 238458

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Artes, Artes Cênicas, Crítica Literária

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Sinopse

Um olhar rápido para a obra de Manoel de Oliveira pode dar a impressão de que ele filmou, principalmente, o mundo dos abastados, a alta burguesia ou mesmo a nobreza; pessoas que não conhecem o embaraço da lenta erosão do seu patrimônio. Ainda assim, aqui e ali, alguns filmes vêm contradizer essa ideia : Douro, faina fluvial, seu primeiro filme, e O gebo e a sombra, o último; Aniki-Bóbó, durante muito tempo seu filme mais popular; e A Caixa, mais de quarenta anos depois, levam às telas os pobres e a pobreza do povo do Porto e de Lisboa. Do mesmo modo, alguns roteiros que não foram filmados por causa da censura : Os gigantes do Douro e Prostituição.

A pobreza, na realidade, corre em filigranas ao longo de uma obra (ela mesma muito tempo concebida como arte povera) em que se descobre, para além do olhar de um grande burguês, que um personagem como Ritinha, a empregada muda de Vale Abraão, é imbuída de um poder espiritual que falta a tantos outros personagens afortunados. Oliveira me dizia, aliás, que A caixa era seu filme mais religioso e me pedia para traduzir, nas legendas, taberna por “catedral”! A alma dos ricos, título de um romance de Agustina Bessa-Luís, interrogava-o e atormentava-o, particularmente. Não se pode dizer o mesmo, no entanto, sobre a alma dos pobres. Em Francisca, quando Camilo Castelo Branco e José Augusto veem os trabalhadores agrícolas, o jovem fidalgo segura o amigo pela manga do casaco e diz: “São apenas bêbados e nada mais”. Ao que seu amigo romancista lhe responde : “Das coisas visíveis, não se deve jamais dizer ‘nada mais’ ”.

Jacques Parsi

(Traduzido por Pedro Maciel Guimarães)

Características

ISBN 978-85-9583-004-2
Número de páginas 276
Edição 1 (2017)
Formato A5 (148x210)
Acabamento Brochura c/ orelha
Coloração Preto e branco
Tipo de papel Offset 75g
Idioma Português

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Renata Soares Junqueira (org.)

A Todas as Musas surgiu no universo editorial on-line em Julho de 2009, com a publicação do primeiro número da sua revista acadêmica. Mantendo rigorosamente os seus níveis de qualidade e periodicidade, essa publicação chegou, em fevereiro de 2011, ao seu quarto número, tendo sido já avaliada pela CAPES como B2 (excelente qualificação para uma revista independente).

A partir de 2010, a revista começou a ser impressa e a editora iniciou seus trabalhos no sistema de impressão sob demanda.

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