Conheci Caio, o personagem solitário destes textos multipovoados, ao acaso. Do mesmo tipo de acaso que faz alguém viajar para Fortaleza na única semana chuvosa do ano. Caio tinha muito a falar. Principalmente quando não tinha nada a dizer. Falava pelos cotovelos, pelos dedos, pelas mãos. Falava para as paredes e com elas. Caio não foi de se destacar. Nem nos seus erros. Repetiu-os com disciplina, fiel a seu destino de estaca. Caio não foi um vencedor. Sequer perdeu. Caio não jogava, assistia ao jogo. Mônica, que para um desavisado poderia ser tomada como a outra personagem destes instantâneos, eu não conheci. Talvez nem Caio a conheceu. Só sei de Mônica por Caio. E Caio não sabia nada de Mônica, só de seu amor por ela. Por amar, Caio desconheceu profunda e detalhadamente a Mônica. E talvez por isto a amou tanto e de diversas maneiras. Todas igualmente idiossincráticas e patéticas.
Número de páginas | 270 |
Edição | 2 (2015) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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