A travessia atlântica imposta aos africanos escravizados constituiu um dos capítulos mais brutais da história humana, não apenas pelo sequestro e confinamento forçado, mas pelas condições sanitárias degradantes que transformaram os porões dos navios negreiros em verdadeiras câmaras de morte. Este estudo mergulha nos registros históricos para revelar como doenças como varíola, disenteria, escorbuto, tuberculose e sarampo, alimentadas pela superlotação, pela total ausência de higiene e pela violência cotidiana, devastavam corpos já enfraquecidos pela fome, pela sede e pelo trauma. A bordo, não havia distinção entre vida e morte — as enfermidades avançavam como agentes da própria lógica do cativeiro.
A obra apresenta uma análise historiográfica cuidadosa, apoiada em nomes como Marcus Rediker e Stuart B. Schwartz, para demonstrar que os altos índices de mortalidade — com perdas que podiam superar 30% dos embarcados — não eram acidentais, mas consequências diretas de um sistema projetado para maximizar lucros à custa da destruição física e psíquica dos cativos. O navio negreiro, mais do que meio de transporte, emerge aqui como um espaço de aniquilação sistemática, onde o adoecimento e a morte faziam parte da engrenagem do tráfico.
Número de páginas | 170 |
Edição | 1 (2025) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Capa dura |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 90g |
Idioma | Português |
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