Era no metrô que liamos reflexões do poeta Horácio, dizendo que a poesia era “doce e útil”. No entanto, as condições em que aquelas reflexões eram lidas, num vagão de trem, lotado, gente falando mal dos colegas do trabalho, e, o que não poderia faltar, falando mal do chefe, do baixo salário, das situações terríveis de trabalho, desde tempos imemoriais; enfim, essas e outras condições não permitiriam que nenhum poeta chegasse a casa, cansado da labuta e da viagem, e, perdido na inquietude de seus sentimentos, e seus pensamentos, inda pudesse escrever qualquer coisa que levasse o nome de “doce” ou de “útil”. Donde a contradição de Amargo & Inútil! Livro para ser lido e jogado fora como algo tão descartável quanto o ridículo dos jornais, que servem para aparar as sujeiras dos animais de estimação. O país, com possibilidades de superação, porém correndo o risco de se tornar amargo e inútil, talvez merecesse mesmo, naquela ocasião — o ano de 1999 — um livro que tal.
ISBN | 978-65-002-0408-7 |
Número de páginas | 49 |
Edição | 1 (2020) |
Formato | Pocket (105x148) |
Acabamento | Brochura s/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Polen |
Idioma | Português |
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