A CASA DE BARRO

Quando Eric se viu perdido na longa estrada de terra entre fa-zendas no interior do estado, não imaginava que aquilo seria apenas o começo de seus problemas. Sua vida estava prestes a sofrer um revés que mudaria drasticamente seus caminhos futuros. O começo do fim poderia estar logo à frente, numa velha Casa de Barro.

A aparição da figura de uma mulher descarnada ante seus olhos, suplicando por ajuda e que desapareceu misteriosamente como fumaça no ar e um pedido de socorro vindo das entranhas da terra, foi o início de tudo. Eric Pensou em fugir dali ao ouvir a voz de uma jovem pedindo socorro num sussurro gemido.

Mas, não podia mais fugir. Havia ali um mistério surreal, algo es-tranho e precisava desvendar. Depois de resgatar uma moça das profun-dezas de uma cisterna, ficou deslumbrado com sua beleza, porém atrás daquela formosura havia também mistérios. A mulher que o chamara era a mãe de Ana Clara e havia sido assassinada há dois anos, por um homem ao qual quase chegara a amar e chamar de pai. Calafrios percorrem o corpo de Eric, mesmo sob o calor escaldante. Tragédia, conspiração e morte aconteceram entre aquelas paredes decadentes em tempos passados. Havia coisas a descobrir, porém melhor teria sido deixa-las guardadas a sete chaves.

A trajetória a partir daí seria marcada por traumas, incidentes, re-encontros e mortes. Apesar de um desejo intenso de vingança ardendo no peito de Ana Clara, nasceu, ao lado do ódio, uma paixão arrebatadora, porém quase impossível de acontecer na sua inteireza. Havia um assassino à solta, acuado e violento. A felicidade de Ana e Eric só poderia existir se, e tão somente se, ele desaparecesse para sempre. Porém, ele tinha o poder de impedir que as linhas de suas vidas se cruzassem. Independentemente do desfecho dessa trama ficarão muitas cicatrizes. Elas serão eternas, e, a essência da vida será marcada pelo tormento.